sábado, 13 de agosto de 2016

"Abnegação - A propriedade não é de ninguém!" por anna netto

A propriedade de ninguém...
A propriedade de alguém.
Dispõem dela muito bem e só pagam...
no além?
Lembras-te disso avó?
Lembras-te disso... mãe?
E nada-se igual nesse vai vem.
Dá arrepios pensar em terrenos baldios
e descuidados... mas porque razão?
Tu sabes o que se passou?
Não sabes, eu cá também não.
É apenas a solução, a vossa solução definitiva
que surgiu rápida e activa como adivinhação
esperou o fogo e a combustão
esperou as lágrimas e o verão.
Não faremos expropriação
nem tão pouco ocupação.
Oh almas de voluntariado
solidário temporário e generoso
a cuidar e a proteger como um operário zeloso
ou como uma mãe dedicada
que de tão altruístas conquistam bens privados
preocupados com os efeitos higiénicos
de limpeza para a causa comum.
Que beleza Senhor!
Será que cada um terá tanto amor pra dar, tanta orientação...
Será que cada um cuidará só por integridade e abnegação?
Tomam a posse pra cuidar
Tomam a posse pra zelar
e não o fizeram antes naquilo que era seu.
Porquê Senhor? Ninguém entendeu.
Já existia neles o amor.
Já existia neles... a certeza da verdade e da convicção
e não agiram não.
Não podem confirmar a ascendência e a descendência.
Não podem confirmar uma ausência em permanência.
Não podem confirmar o local de residência ou a incapacidade.
Mas há solidariedade e o bem-fazer sem temer cometer injustiças.
Sabes disso avó, sabes disso... mãe.
Será o que lhes convém?
Vão “opar”, vão obrigar a vender pelo seu preço,
e até sem dono nem endereço, deixam passar o tempo
para dar tempo a outro começo e aquela lei,
há muito tempo feita bem escorreita.
A posse é temporária.
A propriedade é de ninguém e passará a ser de alguém?
E o que farão com ela?
Estarão só à espreita da porta aberta ou da janela?
Alguém entrará por ela.
Cuidado, aqui não haverá ladrão autorizado 
é só a solução provisória. E no seu entender 
a qualquer momento, tudo ainda poderá reverter 
e voltar a ser do dono legítimo. Não há que temer!
Mas terá de o saber para o comprovar.
Há que comunicar.
Sem conhecimento não há validação.
O amor extremo cega o coração
e essa propriedade carece de identidade.
Não pode ser comprada se não é vendida.
A propriedade não veio do nada
e será sempre a história e a vida de alguém.
Como a tua Avó, como a tua... Mãe.

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